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Memórias da M por Rita Mexia

 




Não consigo caracterizar este ano de forma educada.
Entrei consciente que seria um ano difícil e que este músculo chamado coração, ia bater descompassado ao som dos desafios.
Fiz 41 anos, nem me lembro de ter feito 40 e já estou próxima dos 42.
Passei por uma decisão importante que me fez perceber que pedir ajuda não é sinal de fragilidade, mas sim sinal de tenacidade e maturidade. Fiz a operação que há muito “chutava para canto”. Não correu como previsto, ainda estou em recuperação e vamos ver no que isto dá.
Em 2021 fiz nascer, com as minhas amigas de todos os “Bons dias” de todas as horas e de todos os segundos, o podcast @maelabaristas_podcast que me tirou da zona de conforto e meu deu as melhores gargalhadas e os melhores abraços (que sabem a casa) de 2021.
Este ano permitiu-me fazer uma seleção natural das pessoas que quero na minha vida e que valem mesmo a pena ter por perto.
Tive mais um ano desafiante profissionalmente que me deu a certeza que gerir pessoas é mais do que gerir expectativas, emoções e dar orientação: é uma gestão de egos.
Dei o que consegui, precisei muito de momentos de silêncio, ouvi muita música e com ela trabalhei, sonhei e validei decisões. Sorri menos do que devia, tive sempre os meus debaixo da asa, saí muito pouco de casa, tive umas férias óptimas mas, fora isto, foi um ano sem grande emoção.
Os meus filhos cresceram mais uns centímetros. Um virou adolescente e o outro tornou-se mais consciente quanto à sua condição. Continuam a amar-se e odiar-se em segundos e eu sinto cada vez mais que isto de ser mãe é um processo de auto conhecimento constante.
Este ano fomos ficando nas nossas bolhas, à espera que este mundo virado do avesso não se resignasse à sorte.
Mais um ano que nos levou tanto e nos deu a certeza a que vida é mais do que rotina tola, queixume desnecessário e dias que passam todos iguais.
2022: o ano 2.0 de reconciliação com o avesso do mundo.
Feliz Ano Novo!
Haja esperança ⭐️

Ontem fomos à praia e o Duarte levou os aparelhos (o que não costuma acontecer). 
Quando lhe disse para tirar, ele prontamente o fez, mas 10 segundos depois pediu para colocar novamente. 

 Estranhei e perguntei: 
- não queres tirar os aparelhos? Não achas melhor tirar para brincares à vontade? 

 Respondeu baixinho: 
- mãe, quero pôr porque quero ouvir o mar. Eu nunca oiço o mar e agora consigo ouvir. 

 Ficou de aparelhos a contemplar o som... 
 Aquilo deu-me um nó na garganta... Eles afastaram-se e fiquei a observá-lo. 
Como é que eu não me lembro disto naturalmente? Como é que a condição dele se tornou tão normal que o privo (sem intenção) de um som tão bom e tão apaziguador como o som do mar? 
Esta normalidade que conferimos à adversidade do Duarte, por vezes, faz-nos esquecer destes grandes pormenores. Fiquei ali a ouvir o mar com os ouvidos bem focados no som e a perceber o quanto deve ser difícil viver sem estas emoções tão simples que todos temos e nem damos valor. 

 - Micas, estás a gostar? 
 - sim mãe, estou! Estou a adorar ouvir o mar! 

 E vais ouvir muitas vezes, meu amor. A mãe promete que não se volta a esquecer que o especial e mais bonito está nas coisas mais simples. 

 Um beijo no coração
 Rita

Texto escrito e partilhado no facebook e instagram (Memórias da M) no dia 19 de Abril de 2021
03.03.2021 Dia Mundial da Audição 👂 Este dia que se tornou tão especial nas nossas vidas. Ouvir! Esse sentido que dá tanto à vida, que nos carrega as emoções, que nos permite comunicar e sonhar. O Duarte nasceu com perda auditiva grave bilateral. Faz testes recorrentemente, usa aparelhos auditivos, ouve de forma diferente e vive como qualquer criança da sua idade. Esforça-se tremendamente para não perder pitada na escola, eleva-se cada vez que alguém o olha de esguelha e não se coíbe de nada. Adora música, gosta de dançar, gosta de cantar e encantar. Adora ouvir a chuva e o mar. Gosta de jogar Rugby e da natação. - qual o som que mais gostas? Pergunto-lhe. - (pensativo...) gosto muito do som quando estou a beber água, e gosto do som dos beijinhos, gosto da minha voz e gosto da voz fofa e das gargalhadas do primo Zé. Gosto do vento, das cigarras e dos grilos, do som dos carros e das folhas secas. Gosto muito do som quando pomos o código para entrar em casa. Aquele pi pi pi. É tão giro, não é mãe? Respondeu. Dá valor a sons que para um ouvinte são banais. Não há nada mais especial que vê-lo crescer indiferente à condição com que nasceu, apaixonado pelos sons que conheceu tarde, alheio a algum preconceito que todos sabemos existir e com uma capacidade incrível de se superar. Costumo dizer-lhe que no meio de tudo isto, é um menino de sorte... e sabem porquê? Porque é feliz e pode, sempre que quer e lhe apetece, desligar do mundo barulhento e entrar num mundo só dele onde só entra a imaginação. E ele? Ele sorri porque no mundo dele, não há nenhum diferença que o amor não supere!♥️ Um beijo no coração Rita
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SOBRE MIM

RITA MEXIA, 42 anos. Ribatejana de gema. Alfacinha de coração. Mãe do João e do Duarte. M de apelido e mexida por natureza!

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