Eu, eles e a "Maria"

Eles na praia


Sou uma mulher no meio de três homens!
Sou mãe de dois lindos rapazes e muito realizada assim mesmo! No entanto, não sei qual o trauma, mas muitos me perguntam se não quero ter mais filhos, se não gostava de ter uma menina.
Não senhores! Não faço questão (nem nunca fiz) de ter uma menina!!

Quando engravidei do J. queria muito um rapaz.
Já o disse aqui que na minha família, na família M. somos só raparigas e portanto um miúdo vinha mesmo a calhar! E lá veio o lindo J.!
Quando engravidei novamente, todos me diziam "que agora é que é, agora é que vem a menina, agora ficam com o casalinho, é agora que o J. vai ter uma mana"...
Com 12 semanas de gravidez, confirmámos que era outro rapaz.
Nos dias seguintes e quando contávamos, eu via a desilusão nos olhos e sentia a desilusão nas palavras das pessoas.
Nunca dei importância porque eu até tinha uma certa preferência por outro rapaz, mas sei que o N., que queria muito uma menina, se sentiu solidário com aquelas palavras.
Hoje em dia está conformado com a ideia, e estou certa que não trocava os os seus dois mundos por nada neste mundo, mas.... nunca fiando!

Ás vezes, quando o J. anda aos saltos, O D. aos gritos, andam bolas a voar pela casa e carros espalhados por todo o lado, peço-lhes delicadamente para irem brincar com as bonecas, para lhes pentearem o cabelo e fazer tranças... faz-se silêncio durante 5 segundos e depois o J. ri-se em tom de gozo e o D. ri-se porque o J. se está a rir.
Tive que me adaptar a este mundo de rapazes onde não há nenucos nem barbies, nem laços e molinhas, mas há bolas e bichos feios, há lutas de ninjas e desenhos animados estranhos.
Os rapazes são mais ágeis, precisam de muito mais espaço para correr, para extravasar energias, gostam de bonecos disformes, gostam de monstros horrendos, de lutas e dramas, bicicletas e skates, ar livre e peito cheio de ar!
Como quem "não tem cão caça com gato", e sejamos realistas se não temos ar livre, temos o corredor de casa que também serve.


Corredor da nossa casa hoje ao final do dia
(No meio de tudo isto, lá vou conseguindo dar um toque aqui ou ali porque os rapazes são muito mais permissivos e a mãe é, sem dúvida, o centro do seu mundo).

Agora, à distância de um ano desde o nascimento do D. e vendo a cumplicidade entre os dois irmãos, tenho dúvidas se assim seria se fosse uma rapariga. Acho que o J. iria ser mega protector (e até um bocado obsessivo, acho...) e havia de ser o cabo dos trabalhos, ele com 20 e ela com 15 anos...

Sendo assim, estamos bem.
Estamos felizes, eu e eles.
Seríamos mais felizes se em vez de 4 fôssemos 5 e tivéssemos uma Maria connosco?
Seríamos mais ricos certamente, teríamos o coração mais cheio, teríamos muito mais cor em casa, mais laçarotes e folhinhos, mais bonecas e pompons, mas seríamos - seguramente - igualmente felizes.

Um beijo
M.




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