Coisas do antes e coisas do depois#2#Re-post
Fazemos esta semana 9 meses
de blogue.
O
tempo de gerar uma vida e o tempo certo para me apaixonar por este companheiro
que já faz parte da minha vida, todos os dias.
Posto
isto, decidi ir ver quais os posts mais lidos nestes 9 meses e eis o resultado!
O
post mais lido foi o "Coisas do antes e coisas do depois".
Hoje,
temos um re-post no blogue porque adorei escrevê-lo, porque me diverti e porque sorri ao relê-lo!
Divirtam-se!
Casámos eu com 26 e ele 27 anos.
O nosso primeiro ano de casados foi a loucura total.
Saíamos todas as semanas, jantaradas e festas, sozinhos
ou acompanhados divertíamo-nos sempre. Tínhamos assunto para dar e vender e
namorávamos onde calhava!
Lembro-me de pensar que quando tivesse filhos havia coisas
que nunca faria, coisas que jamais permitiria.
Recordo-me da vida toda ouvir o meu pai dizer "filha,
há coisas que não se aprende nos livros, temos que as viver".
Vieram
os filhos e com eles a mudança em tudo na nossa vida (e a célebre frase do meu
pai passou a assentar que nem uma luva!).
Há coisas comuns a todas as mães e a todos os pais depois
dos filhos nascerem.
Decidi partilhar
algumas! Vejam se concordam...
§ Deixamos de ter nome próprio
Passamos
a ser "mães" para tudo... na escola, na natação, no rugby, nas
consultas. A "mãe do J., a mãe do D.", a mãe, a mãe e a mãe.
§ Os nossos maridos
Os
nossos maridos deixam de ser o amorzinho, ou o fofucho, ou o quiduxo ou o
xuxu e passam a ser simplesmente o nosso outro, "pai."
Passamos nós também a chamá-los assim e nem damos
conta da "figura" que fazemos.
§ Cinema? Não há.
Passamos
a ver filmes sacados da net, aos bocados, um bocado ele um bocado
eu porque adormecemos pelo meio e o mesmo filme é visto e revisto
durante semanas até que quando chegamos ao fim, já não nos lembramos como
começou.
§ Jantar fora
Ou
os deixamos com a babysitter e vamos com hora de saída e hora de chegada
(curta), ou os deixamos com os avós e ai ficamos com mais tempo para falar...
deles.
§ Namorar
Passamos a namorar às escondidas. Deixamos o ímpeto do amor
selvagem a qualquer hora e lugar lá no passado, e damos lugar ao (quase)
dia e a hora marcado em modo aceleração não vá um acordar para fazer chichi ou
o outro acordar porque simplesmente acorda sempre que não deve.
§ Saltos altos
Eu
contínuo a contribuir para esta odisseia de usar saltos com duas criancas,
mochilas, portátil, uma coluna feita num oito, duas escolas e horários a
cumprir, mas estou certa que este Inverno irei aderir a moda de trocar de
sapatos a porta do escritório porque isto de ser super modernaça, gira e
de salto agulha era porreiro, mas com 25 anos.
§ Praia sinónimo de descanso?
É
coisa que não acontece depois de sermos mães e pais.
Passamos o dia sentados ou de rabo para o ar, ficamos
com o pescoco branco e sempre, mas sempre, um dos lados mais bronzeado que
o outro. Há-de ser seguramente o vosso lado que dá mais jeito
para dar a sopa, o iogurte, a sandes, o sumo, a água, o ovo, as salsichas, as
uvas, o melão... Ufa.... Mudar a fralda, mudar os calções, mudar a T-shirt...
fazer castelos...
O meu lado bronzeado é o direito. E o vosso?
§ Ler uma revista
Ler
uma revista do principio ao fim é lembrança de um passado longínquo.
Passamos a ler "as gordas" e ficamos contentes
assim!
§ Refeição
Ter
uma refeição de guardanapo no colo e sem interrupções é coisa para deitar um
foguete (ou dois).
§ Dormir?!
No
meu caso, talvez daqui a 30 anos.
Agora não durmo porque são pequenos e acordam inúneras
vezes, depois não dormirei porque serão adolescentes, andarão na noite e
dormirão, sabe Deus onde.
(Serei sogra. Ui...sogra. Uma sogra do pior tenho esse
feeling).
§ A casa
Uma
casa com crianças é uma casa com vida.
Há sempre carrinhos, migalhas, puzzles, bocados de bolacha,
bonecos, pão (entre outras coisas mais que não vou referir aos mais
sensíveis) espalhadas por todo o lado!
Uma casa assim é uma casa cheia... de tralha e de alma!
- Desconfio
que todas as mães já assoaram os filhos às mangas da camisa;
- Desconfio que já
perderam a conta às nódoas que levam pregadas na camisa branca logo
pela fresca para o escritório;
- Desconfio que há pais que
quando saem de casa, já precisavam de outro banho;
- Desconfio que ao se maquilharem
de manhã já deixaram um olho por pintar e outro hiper mega giro;
- Desconfio que já
trocaram a cor dos collants que deviam ser pretas e afinal eram azuis e que só
deram conta mesmo à porta daquela reunião super importante;
- Desconfio que todas as mães
já sentiram que têm dupla personalidade e que quando estão de férias se sentem
culpadas por deixar os filhos na escola;
- Desconfio que todas as mães
quando estão de férias vão super empolgadas buscar os filhos mais cedo e se
arrependem 15 minutos depois;
- Desconfio
que somos todas feitas pela mesma forma;
- Desconfio que
não somos ET´s (embora por vezes possamos parecer);
- Desconfio
que não somos super mulheres ou super homens (apenas o somos aos
olhos dos nossos filhos!);
- Desconfio que todos
partilham do mesmo sentimento que eu e que depois dos filhos nasceram
passamos a ter capacidades que até então desconheciamos. Parece que passamos
a ter tentáculos e os nossos braços e as nossas mãos vão a todo o lado.
- Conseguimos fazer mil e uma tarefas ao mesmo tempo e - quase
- todas bem.
O nosso mundo passa a girar de forma diferente (ao contrário
diria eu).
Fazemos amizade com os pais dos amigos da escola, vamos
juntos às festas deles, vivemos os gostos deles, adoramos
as idas ao Oceanário (eu pessoalmente adoro), gostamos das idas ao
Zoo ver o afilhado que o J. adoptou (um Tigre branco), vivemos as doenças que
subitamente nos estragam os planos "daquele" fim-de-semana, mas
passamos a ser muito mais ricos, muito mais felizes.
Eu assumo que sou muito mais feliz hoje do que quando
tinha tempo para tudo e mais alguma coisa!
Quem
não os pode ter, quem ainda não os tem, quem não os quer ter, pode
sempre enriquecer o seu mundo e outra forma. Há mil e uma formas de sermos
felizes. Com ou sem filhos.
As crianças apenas dão mais cor. Dão mais sentido à vida. Acho eu...
As crianças apenas dão mais cor. Dão mais sentido à vida. Acho eu...
Afinal de contas e se não fossem os meus filhos, eu não
estaria aqui a escrever estas coisas e vocês nao estariam desse lado a
acenar com a cabeça em jeito de: "... é verdade, afinal não sou a(o)
única(o) e não, não sou bipolar!".
Um beijo
M.
0 comentários