O que me parte (mesmo) o coração por não ter uma filha - em Up to Lisbon Kids

Sempre quis ser mãe.
Sempre quis ser mãe de rapazes.
Quando engravidei do João estava certa que vinha lá um rapaz para contrastar com o mundo cor de rosa que sempre tivemos lá por casa (comigo e com as duas manas emprestadas que valem por 10, a Catarina e a Marta).
Quando engravidei do Duarte, não fosse a pressão do Nuno em dizer que era uma Maria, teria dito com 100% de certeza desde o primeiro minuto, que vinha lá outro rapaz. 
E veio. O Duarte.

De facto, este artigo (que vos convido a ler aqui) publicado na Up To Lisbon Kids vem reforçar a minha teoria (e que já partilhei aqui anteriormente).

É maravilhoso ter filhos homens, é uma paixão que nos une que é absolutamente inexplicável. Contudo há algo que me fará falta mais à frente quando tiverem as suas vidas, quando não quiserem partilhar a vida com a mãe, mas sim com as mulheres que escolherem para partilhar a vida com eles.
Vou sentir faltar (tal como diz o artigo) de partilhar com uma filha a notícia da gravidez. As suas dúvidas, os seus medos, os primeiros pontapés do meu neto ou neta e as primeiras contracções que assustam qualquer mãe.
Não vou ter uma filha a quem explicar que a mestruação é boa e nem lhe vou dar um presente no dia como os meus pais me deram: flores e chocolates.
Não vou casar uma filha. Não vou vê-la entrar na igreja de braço dado com o pai, com o vestido de noiva que escolhemos juntas um ano antes e chorámos ao encontrá-lo. 
Casarei (se Deus quiser) dois filhos. Homens. 
E é diferente.

Hoje afirmo que se tivesse 100% certeza que teria uma menina, arriscaria a ter outro filho.
Mas como certezas não há, fico por aqui com a esperança de ter umas noras queridas que me queiram com elas na hora de escolher o vestido de noiva, que queiram usar a toalha de linho do pai e tio no baptizado dos filhos, queiram vestir aos seus filhos a mesma roupa que o pai e tio vestiram quando nasceram ou que tenham orgulho em vestir na noite de núpcias a camisa de noite que usei na minha e que a minha mãe tinha usado na dela, 28 anos antes.
Fico na esperança de ter duas noras que sejam amigas. E que sejamos amigas, as três.

Um beijo
M.

Agradeço à Up to Lisbon Kids pela permissão de partilha do artigo.





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