A ternura entre irmãos aos meus olhos de filha única!
Sou filha única apesar de boa parte da minha
vida ter partilhado o meu lado único com duas irmãs de coração, que foram
vivendo connosco ao sabor do vento e que se firmaram mais por lá, quando voei
para Lisboa com 18 anos.
Eu 18, a M. 14 e a C. 11 anos, na altura.
Mesmo assim, e tendo tido este misto na
minha infância, não tenho, daquele tempo, grandes lembranças de uma ternura por aí além, da cumplicidade
que só os irmãos conseguem ter, aquele olhar que leva tudo à frente de rajada
sem que qualquer palavra precise ser proferida. Hoje em dia somos mais unidas do que lapas na rocha! Somos irmãs de alma e coração. Coisas que só a idade nos traz.
Sempre quis ter mais do que um
filho.
Eu sou filha única. O Nuno também.
Assustava-me a ideia de no futuro, ficarem
sozinhos no mundo sem um ombro, um colo, um abraço, um amigo.
A relação que une os irmãos é a relação
mais cúmplice que pode existir.
A forma como os meus filhos se relacionam,
como interagem, como se batem, como se amam, é tão mágica que me deixa sem
palavras.
Hoje deixei os dois na escola.
O Duarte ficou a chorar.
A escola é nova para ele. É grande e a única
coisa que o liga aquele espaço, é o irmão.
Disse ao João para o deixar e ir para a sala
que já estava atrasado.
Disse-me: "mãe, não o posso deixar
assim. Ele precisa de mim" e disse-lhe:"Micas, o mano fica aqui
contigo um bocadinho para te acalmares. Depois o mano vai para a sala e ficas
aqui com os teus amigos, está bem?".
E ali ficaram agarrados um ao outro, num amparo
de coração que só os irmãos conseguem ter.
O João procura por ele no recreio. Dá-lhe
colo. Diz que ele precisa.
E ele precisa tanto de colo quanto o João
precisa de lhe dar colo.
Dar e receber sem nada em troca.
Amor no estado mais puro.
Os meus filhos são o melhor de mim e ver o
amor que os une faz-me ter a certeza que ser escolhida para mãe destes dois miúdos, foi a maior benção da minha
vida!
Um beijo
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