Ai este 2017...

Fotografia | Isabel Saldanha Fotografia


Andamos (mais) longe porque este 2017 tem sido um turbilhão de emoções (e eu que tinha apostado todas as minhas fichas nele).
A sensação de chão perdido tomou-nos de assalto durante  ano e levou-nos à força e sem pedir licença a tranquilidade que tanto prezamos.
Por muito positiva que seja, por muito focada no lado B(om) da vida; este ano senti-me atordoada.
Nunca perdi o Norte mas tenho - ainda -  o meu coração assustado. 
As doenças - sejam elas quais forem - arrasam por completo uma família. Destroem sonhos. Criam barreiras. Mudam-nos.
Eu sei que não parece porque eu sou naturalmente sorridente, mas este 2017 foi um ano ambíguo. Difícil. Muito bom e muito mau. Sem meio termo.
Diria mesmo que tudo o que de bom (nos) aconteceu nele e que fui partilhando aqui e no (nosso) Instagram, absorvi e vivi da forma mais intensa que consegui porque sabia que, no minuto seguinte, tudo podia mudar. 
A verdade é que pode sempre, mas quando temos o coração na mão e a vida virada do avesso, esta sensação torna-se mais evidente.
A vida corre tão depressa que por vezes nos esquecemos de olhar para dentro e ouvir com atenção - muita atenção o que nos diz o coração.
Este ano senti-me baça. Muitas vezes sem forças. Chorei e sorri; infelizmente não na mesma proporção. Aconteceu tanta coisa... 
Este ano assustei-me com a possibilidade de um diagnóstico mau. A minha mãe pregou-me um susto valente. O meu pai pregou-me “outro” susto daqueles. Outros membros da família adoeceram. Mudámos as rotinas de família. Os meus filhos fizeram mais um ano e tiveram as festas de aniversário merecidas. Fomos à SIC. Participei no livro "Ser Blogger". Abracei o MÃES.pt . O Duarte fez o 7º audiograma e foi 10 vezes ao Otorrino. Tomámos decisões difíceis. Eu fiz 37 anos (37!). Ele fez 38. Sentimo-nos cansados como se tivéssemos 80. Assaltaram-nos a casa e levaram-nos as poupanças para a Disneyland Paris. Fizemos "a" sessão fotográfica  com a Isabel Saldanha que eu tanto queria. Fiz uma aula de Surf com o João (e foi mágica!). Fomos de férias para o Algarve. Não fomos à Costa Alentejana como previsto. Fomos menos vezes a Santarém do que gostaria. O Duarte aprendeu a nadar debaixo de água e descobriu que tem pêlos nas pernas (e isso é coisa de crescido). Fiz parte da organização do Mega Almoço de Família que é tão importante para nós. Os meus filhos tiveram 10 meses com piolhos. Encontrei o milagre que acaba com os piolhos. O João ganhou asas. Fez a 1ª Comunhão. Cresceu. Está (mais) consciente de que nem sempre tudo corre bem. O Duarte entrou para o rugby com 4 anos e adora. O meu coração? Continua em negação. 
Falhei agumas vezes aos meus filhos. À minha família. Aos meus amigos. Perdi muitas vezes a paciência com coisas sem importância. Agarrei-me com unhas e dentes ao meu trabalho. Ganhei sempre forças nele. Desentendemo-nos cá por casa. Fizemos as pazes cá por casa. Não fui sempre a melhor mãe (nem a melhor mulher nem a melhor profissional) mas fui o  que consegui ser. Adormecemos muitas vezes os dois e acordámos outras tantas os quatro. Não tivemos (muitos) momentos de lazer e sossego. Dormi 8 ou 9 noites seguidas num ano. 
O Duarte continua a acordar 2 ou 3 vezes durante a noite, só porque sim. Não voltámos a São Tomé como estava previsto. Não andámos sempre de braço dado. Aprendemos a viver com as adversidades. Tornámo-nos mais fortes. Consolidámos sentimentos.
 Foi um ano duro (e ainda faltam uns dias para o fim). Vai ser um Natal duro. A passagem do ano será apenas mais um dia. Um 2018 sem planos.
 O que desejo?
Que Deus nos ajude a terminar este ano e que nos traga um 2018 menos sobressaltado. Que a saúde nos abrace. Que os amigos e a família nunca nos faltem. Que nos mantenhamos sempre unidos. 
Que nunca me (nos) falte o sorriso.

Obrigada por estarem desse lado. 

Um beijo

M.

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