A reboque do Rugby!

 Gosto de Rugby. Sempre gostei.
Aprendi a jogar quando era adolescente, apesar de nunca ter feito nada de especial com isso.
Gosto de ver. Ainda hoje gosto de jogar - na praia, com os meus filhos.
O Rugby sempre me transmitiu valores e pensava muitas vezes que gostava que um dia, se tivesse filhos, aprendessem a jogar.
Quando, aos 6 anos, o pediatra nos disse que o melhor desporto para o João seria o rugby, fiquei feliz. 
O João tinha alguns problemas nessa altura, o Duarte era bebé, e precisava de algo que o fizesse acreditar nas suas capacidades sem que para isso tivesse que competir.
O Rugby tem isso de maravilhoso... é o jogo pelo jogo, a amizade, o passe de bola, a entrega, a capacidade de ajudar (sempre!) o outro, o sentido na equipa como um todo.
No Rugby é um por todos e todos por um. Verdadeiramente, assim! No rugby não estamos sozinhos.
O João está na 4º época. 
Já joga de forma estruturada, já conhece o jogo. Conhece os colegas de equipa e as capacidades e limitações de cada um.
O João nunca gostou do confronto. 
Houve uma altura em que ganhou medo e, confesso, pensei que desistiria. Nunca desistiu... tentou sempre ultrapassar o medo e isso só aconteceu pelo respeito que os colegas e treinadores tiveram pelo tempo dele. Ajudaram-no a superar e hoje o João (já) joga com alma. Placa, cerra os dentes, vai à bola, tem tática, tem técnica. Aprendeu a conhecer o jogo e a tirar partido do melhor de si sabendo que para isso tem sempre a equipa com ele.
Este ano, e apesar dos seus (apenas) 4 anos e do seu 1.10 cm mal medidos, decidimos que o Duarte também entraria para o Rugby.
O pediatra validou. Ele também!
O Duarte acompanha os treinos e torneios do irmão desde que se lembra de ser gente, sempre gostou de pegar na bola e de jogar à maneira dele.
A verdade é que cedo aprendeu a defender-se quando o irmão treinava as placagens nele!
É destemido, resiliente e (ainda) não tem medo. Vai, já carrega no jogo, segue em frente, tenta placar, já cerra os dentes.
Não tem técnica (zero!), não sabe sequer as regras do jogo, mas tem uma coisa fantástica... tem garra e isso é algo que fica para o resto da vida.
Estas andanças nem sempre são fáceis para os nós!
No entanto, se os treinos de Rugby durante a semana e as actividades ao fim-de-semana ajudam os meus filhos a ser miúdos melhores e a ganhar asas, então que seja... andemos a reboque deles tal como os nossos pais andaram a nosso reboque na altura deles.
Faz parte. E ainda bem que faz parte!
Dar-lhes o melhor que sabemos, o melhor que aprendemos, o melhor que conseguimos, é o melhor legado que podemos deixar aos nossos filhos.

Um beijo

M.
Fotografia | Jorge Buco



Fotografia | Mãe

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