Há uns dias, li um texto magnífico com
o qual me identifiquei de imediato.
A autora do Blog by
Cláudia Gonçalves Ganhão, minha amiga e fundadora da
plaforma MÃES.pt,
da qual sou também co-autora, escreveu este texto (que vos convido a ler aqui)
onde abordou um tema que, nos dias de hoje, nos atormenta a - quase - todos.
Chamam-lhe hoje "Burnout". Eu
chamo-lhe "grito por uma mudança de vida"!
Falava recentemente com uns amigos
sobre este "Burnout" constante em que, em especial, a minha geração
vive.
Os empregos exigentes, a vida que
passa rápido demais, as novas tecnologias que nos consomem, a culpa permanente
dos pais em relação às ausências perante os filhos, os medos, as doenças cada
vez mais presentes, a vida de loucos (com particular relevância) nas grandes
cidades, o stress constante, o dia que só tem 24 horas para tantas actividades
deles, o dia que parece que só tem 2 horas para todas as nossas
responsabilidades.
Tal como a Cláudia, sinto que tenho uma
"vizinha" do outro lado da porta sempre à espreita, pronta para
entrar e se sentar confortavelmente sem ser convidada.
A depressão, o esgotamento, o cansaço
são sintomas que todos sentimos alguma vez na vida, mas ignoramos. Vamos
fingindo que não vemos, que não sentimos, que não nos toca, que não nos sussura
ao ouvido.
Assumidamente, tirei uns dias de férias
porque precisava desesperamente de "desligar" o botão. Não foi
preciso ir para fora para o conseguir fazer. Bastou tomar consciência e agir.
Estava com sintomas de exaustão, não só
física mas psicológica e precisei (e soube) parar.
É preciso ouvir os sinais que corpo nos
dá.
Insónias, dores no corpo, dores de
cabeça (permanentes), falhas de memória e uma irritabilidade fora do comum, são
só alguns sintomas que não devemos descurar.
Parar, escutar e descansar foram
palavras de ordem nos 6 dias que estive "OUT".
Fui a uma festa de arromba (e que
festão!), dormi, li, vi séries, passeei sozinha e com os meus filhos, estive(mos)
com amigos, fui à praia, escrevi, tive um dia inteiro sem falar com ninguém,
fui à fisioterapia (estou focada nisto!), fui à reflexologia (vou falar sobre
este tema muito em breve), fui à consulta de rotina de Dermatologia (que, quem
por cá anda há mais tempo, sabe faço sempre antes do Verão e depois do Verão),
fiz compras, descansei, não liguei o computador.
Tive tempo para organizar ideias,
redefinir prioridades, dizer sim a novos desafios, para me equilibrar nas
diferenças, para dar tempo ao tempo.
Há uns meses, perguntaram-me em
contexto profissional e numa formação, se tivesse uma lâmpada mágica e apenas
pudesse pedir um desejo, o que pediria.
Sem pestanejar pediria para "mudar
de vida".
Ter mais tempo. Não deixar de trabalhar
(porque adoro de paixão o que faço) mas ter mais tempo. Tempo para mim, para os
meus filhos, para escrever, namorar, viajar, ler e dormir.
Seria pedir muito?
Um beijo
M.
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