Parto natural ou Cesariana?

















De vez em quando perguntam-me: parto natural ou cesariana?
Bem, posso falar dos dois e tenho o melhor e o pior dos dois mundos para partilhar.
Sempre quis ter filhos de parto natural, apesar de não ser fundamentalista nem  dramática quanto ao assunto.
Como é óbvio quanto menos sofrimento para o bebé, melhor, mas confiava plenamente na equipa médica que me seguia e estava plenamente consciente que se fosse necessária uma cesariana (e se assim se decidisse) não pensaria duas vezes.
 O meu parto do João foi santo.
Parto induzido (por indicação médica).
 Fiz a dilatação a ler revistas, epidural dada na altura certa, dores suportáveis, ainda dormi...
 Tive vontade de fazer força uma vez, outra vez, resolvi chamar a enfermeira e quando deram por isso o João estava a a nascer... no quarto!
 10 minutos na sala de parto, 3 vezes "força", 3 pontos e 4 dias depois a fazer compras no Pingo Doce.
Uma recuperação (aparentemente) fácil sem complicações de maior.
O pior foi o regresso à "vida activa".
Foi penoso, doloroso, diria mais... horrível!
Fiquei com uma veia interna dilatada que demorou meses a voltar ao estado normal.

Quando engravidei do Duarte, sempre pensei em ter um parto igual (não pensando no pós!)
Já tinha tido um filho, tinha corrido tudo bem, o que poderia ser diferente desta vez?
Pois bem, tal como os filhos são como os dedos das mãos, os partos também!
Nenhum é igual e senti isso na pele.

Parto induzido novamente.
As horas vão passando, as dores agravando, sem epidural, contracções seguidas sem conseguir respirar...
Dilatação? Nada! 
Foram as 7 horas mais horríveis da minha vida.
Passei o tormento da dor (como quando não havia o milagre da epidural) porque não tendo dilatação não era aconselhável levar.
Foram dores à séria, daquelas de achar que não ia ser capaz, sabendo no fundo que o acto de dar é luz é milenar e que aguentaria seguramente como todas as mães!
Dilatação zero e agarrada à mão do meu obstetra decidimos, conjuntamente, avançar para cesariana.
20 minutos depois nasceu o Duarte.
Recuperação difícil (muito difícil).
15 dias de dores insuportáveis, a sensação que o meu instinto estava certo e que suportaria muito melhor um parto natural.
Não foi. E hoje, à distância vejo que foi o melhor para ambos.
Estávamos em sofrimento e a natureza é sábia... tinha que ser!

E agora? Parto natural ou cesariana??!!
Continuo a achar que o tudo o que é natural é melhor, mas a cesariana (e sendo 2º filho) teve (largas) vantagens.

 A natureza sabe o que faz. Basta confiar!

Um beijo
M.


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