A saudade não tem remédio...
Hoje estou assim... com saudades de outros tempos.
Estou assim ao olhar para um pré (pré)- adolescente e um bebé que
já deixou de o ser.
Hoje estou assim, a sentir o peso da responsabilidade, o peso do
que por aí vem com a idade, a saudade de já não ter um bebé (mas que ainda o
é), de não ter um bebé de colo. Saudades dos barulhinhos bons que os bebés
fazem, saudades de um bebé que se enrosca e que depende de nós.
Agora tenho dois bebés que apenas o são aos meus olhos de mãe.
Hoje estou assim, com o peso da idade que todos dirão que é um disparate sentir
aos 35 anos.
Hoje estou assim, mas feliz ao mesmo tempo.
Isto parece parvo? Creio que não é.
Estou convicta que quase todas as mães passam por isto. Quase
todas as mães sentem saudades dos seus filhos em bebés.
Eu que dizia à boca cheia que tinha aproveitado melhor o segundo
filho (enquanto bebé), não aproveitei nada. Tudo treta.
Gostava de ter outro filho, mas não sou daquelas pessoas que acha
que tudo se cria, que é só mais um, e que é apenas mais uma boca á mesa.
Ter (outro) filho é muito mais do que tê-lo, simplesmente. Ter
outro filho implica condições financeiras. Implica saúde. Implica tempo para
lhes dedicar (ao bebé que vem e aos filhos que cá estão).
Os dias voam, o tempo não dá tréguas.
Quando damos por isso, estamos novamente no Natal ou a preparar a
festa de aniversário, a pensar nas férias grandes, a pensar em tudo o nos
parece distante, mas que apenas está à distância de um piscar de olhos.
Quando tinha 15 anos ansiava que o tempo passasse. Queria crescer,
queria casar, queria ser mãe. Agora só quero que o tempo demore mais tempo
a passar, que as semanas não voem, que os meus filhos aproveitem cada segundo,
que as rugas cheguem devagar, que o corpo não se modifique (muito) com a idade,
que a minha sanidade mental se mantenha sempre intacta, que o corpo e a mente
aguentem este stress medonho em que vivo permanentemente.
O que mais desejo na vida?
Saúde para todos, saúde para trabalhar, saúde para proporcionar
aos meus filhos a vida que sonhei para eles, saúde para tirar partido dos
prazeres da vida, saúde para viver...
Porque a saudade, essa, não tem remédio!
Um beijo
M.
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