Engasgamento infantil - Uma realidade
Ver alguém engasgar-se é
o pânico geral.
Das coisas que mais me aflige e me deixa sem chão é ver uma pessoa engasgada.
Das coisas que mais me aflige e me deixa sem chão é ver uma pessoa engasgada.
Agora, à distância de um
mês já consigo falar sobre o assunto.
Quando estávamos no
Algarve de férias, tivemos um episódio com o Duarte.
Estávamos na cozinha e o
Duarte estava a comer uma fatia de bolo. Eu estava ao telefone e as tias andavam por ali.
Estava eu ao telefone com a minha mãe, quando o olhar do Duarte me prendeu a atenção, o olhar dele para mim com ar de pânico, sem reacção, super
vermelho e com sinais de engasgamento. A única coisa que ele fez, foi caminhar para junto de mim como quem pede ajuda.
Atirei o telemóvel ao ar,
virei-o apoiado no meu braço, bati-lhe entre as omoplatas mas nada parecia
resultar e ele estava cada vez mais vermelho, roxo, aflito... muito aflito e a
por as mãos na garganta... nestes segundos passou-me tudo pela cabeça (em especial que estava no Algarve e não fazia ideia quanto tempo o INEM demoraria a chegar) mas
nunca perdi a razão, nem a reacção, nem a noção, nunca! Pedi ajuda ao Nuno, gritei que ele não estava a
respirar, apoiei-o nas minhas pernas e o Nuno bateu-lhe 3 vezes entre as
omoplatas com a força contida, mas suficiente para o ajudar. Sei que fiz uma
coisa errada (o coração de mãe estava por tudo) e provoquei-lhe o
vómito. Podia ter corrido mal... muito mal. Numa situação destas, não se deve fazer isto.
Quando começou a chorar, foi
como da primeira vez que o ouvi! Fio um alívio! Ele estava vivo e ao que parecia,
bem.
Quando o abracei estava
assustado, mas rápido recuperou e 10 minutos depois não era nada com ele.
Eu tremia, chorava e ria
ao mesmo tempo. Foram precisas umas horas (e uns bons copos de vinho) para recuperar as forças.
O João chorava porque
assistiu a tudo e ficou com medo que tivessemos magoado o irmão.
As tias e o tio ficaram
sem reacção. Imóveis. De boca aberta.
Não foi mais de 1 ou 2 minutos e pareceu ser só um susto, mas confesso que aquele momento me
atormenta até hoje.
A cara dele a olhar para mim ficou-me cravada na memória.
Tudo isto para dizer o
quê?
Que nós sabiamos o que fazer. Nós temos bases que nos ajudam numa situação como esta.
Que nós sabiamos o que fazer. Nós temos bases que nos ajudam numa situação como esta.
Que vale a pena fazer um
curso básico de suporte de vida, que saber o que fazer é crucial nestas alturas e que ver um vídeo não é perda de tempo e pode
salvar vidas.
Espero que nunca precisem de as por em prática, mas nunca é demais prevenir.
Um beijo
M.
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