20 anos

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Sou da saudade. Do amor. Sou das lembranças. Das recordações.
Não vivo presa à saudade. Gosto de Memórias (e das boas!).
Nasci em 1980. A 17 de Março de 1980, mais precisamente.
2018 é aquele ano que há 20 achava que era coisa longínqua.
Lembro-me perfeitamente de nem me imaginar em 2010 quanto mais em 2018 (então quando chegarmos a 2023.. pufff... na minha cabeça em 1998, em 2023 já andamos  todos em naves espaciais)!
Faz 20 anos que tanta coisa aconteceu e mudou na minha vida...
Em 1998 fiz 18 anos, terminei o secundário, tirei a carta, vim para a Universidade.
Atingi o patamar da maioridade e vim com o coração cheio de medos, de sonhos, cheio de esperança, cheio (a verter!) de urgência de conhecer, de viver!
Vim para Lisboa e apesar de ter vivido um primeiro ano de faculdade que não desejo a ninguém, habituei-me rapidamente à cidade, à velocidade com a vida corria por aqui, a tudo o que passei a ter "à mão", tudo o que aprendi sozinha, tudo o que chorei e tudo o que sorri.
Apaixonei-me perdidamente por Lisboa e por cá fiquei com a certeza que aqui seria feliz.
Sou hoje Ribatejana de gema e Alfacinha de coração.
20 anos de pessoas que me são tão queridas. 20 anos de sonhos realizados, de amizades fortalecidas, de amadurecimento forçado.
Sempre fui mega responsável. Nunca me excedi nas saídas à noite. Faltei mais às aulas do que devia, (é um facto) mas fui sempre consciente das minhas obrigações.
Vou passando estas histórias aos meus filhos e tenho pena que – vivendo em Lisboa – acabem (naturalmente) por fazer faculdade por aqui não tendo a possiblilidade de crescer noutra cidade, conhecer outras pessoas, outras realidades...
Conto tanta vez isto...
Olhar para a semanada ao Domingo, tirar os 750$ (em escudos, ainda...) para voltar para casa à sexta-feira de autocarro ou comboio; almoçar (sempre) em casa, comprar um maço de cigarros a meias com a amiga e colega de casa, dividir a semanada por dias. 
Deixar 1000$ de parte para a saída à noite à quinta-feira (Xafarix ou Kapital? Às vezes ia às duas!!). Táxi? raramente. Sempre de metro ou à boleia até ter carro no último ano da faculdade (já em estágio).
Cresci tanto. Aprendi a gerir. A fazer escolhas. 
Aprendi que o dinheiro tem peso. Que a escolha entre o certo e o incerto nunca me fez sair do carril, do foco, do objectivo.
A faculdade transforma-nos. Torna-nos "gente" à séria!
Pensava sempre: "Se conseguir manter o discernimento e a bússola entre o deslumbramento do que a cidade me proporciona e a responsabilidade do que cá ando a fazer, serão os melhores anos da minha vida."
E foram...
1998; o ano em a minha vida mudou.
Foi há 20 anos. Eu diria que foi ontem.
Um beijo
M.









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