JOKER
Imagem | Google |
Fui ontem ver este filme.
"Impactante" é a palavra que encontro para o definir.
Saí a achar que não tinha gostado. Saí a suspirar com a tensão dos 121 minutos
naquela sala de cinema. Saí a precisar de apanhar ar puro para reflectir.
Gosto de sair do cinema (como gosto de ler um livro) e ficar a pensar nele,
a processar a informação, a reter ideias, a interpretar o que vi e ouvi.
Este filme é muito mais do que um relato de um artista falhado (sendo
simplista e não spoiler para quem ainda não viu 😊 ).
É o retrato da sociedade egoísta em que vivemos, é o retrato de muitos “Jokers” que se cruzam diariamente connosco. É a linha ténue que separa a esperança do desespero, a violência da desistência, a infelicidade da obrigatoriedade de uma felicidade - nem que seja fingida.
É o retrato da sociedade egoísta em que vivemos, é o retrato de muitos “Jokers” que se cruzam diariamente connosco. É a linha ténue que separa a esperança do desespero, a violência da desistência, a infelicidade da obrigatoriedade de uma felicidade - nem que seja fingida.
Vi este filme com o coração na mão (e de mão dada com a minha "mana" Marta que,
desde sempre, tem pavor de palhaços e que se encheu de coragem e foi comigo ver o
filme!).
Vi, nesta personagem absolutamente fascinante, o olhar de alguém que conheço
e que me desconcertou. Vi um olhar que grita socorro, um olhar e uma linguagem corporal que exalta os fantasmas, os medos, o fracasso, a profundidade da complexidade
humana que vai muito para além do que os nossos olhos acelerados conseguem
alcançar.
Este Joker é o retrato de uma sociedade exigente, o retrato de uma sociedade
que não suporta “gargalhadas” maiores que a sua. Uma sociedade onde o Ego se sobrepõe
à inteligência e à diferença.
O poder de algo que nos bate de frente e que se prolonga no tempo, é
absolutamente arrebatador.
Sonhei com o filme. Andei o dia todo com “aquele” olhar e com aquela linguagem corporal na cabeça.
Aquele "olhar" que tantas vezes menosprezamos nos outros e que com toda a
certeza já menosprezámos em nós próprios.
O medo aterrador de uma profundidade que não queremos ver à superfície.
O medo de termos um bocadinho de "Joker" dentro de nós.
E temos.
Todos.
Só não vê, quem não quer.
Joker: que murro no estômago!
Um beijo no coração,
Rita
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