Cabem no coração os filhos que Deus nos quiser dar...














Quando engravidei do João, estava casada há um ano e a felicidade invadiu-me por completo. Foi uma gravidez muito planeada, muito desejada!! Eu queria muito ser MÃE, e se fosse de um rapaz melhor ainda.
Com 12 semanas confirmou-se o que eu tanto desejava!... Vinha lá um João!
O nome João, esteve a marinar uma geração! Eu não fui rapaz e não houve mais rapazes na família... somos todas miúdas na família M e portanto só os nossos filhos poderiam perpetuar o nome "João" que por cá anda há umas gerações.

Tudo correu bem e chegado o Verão que tanto adoro, nasceu o "Benjamim" da família.
O meu parto normal foi "santo". Epidural, dilatação sem dor, li revistas durante o processo e quando foi para nascer, 10 minutos, 3 vezes de uma força sobrenatural e o João veio ao mundo.

Ao contrário do que algumas amigas me diziam, não foi amor à primeira vista. Não me apaixonei imediatamente por ele. Quando o recebi nos braços e já de olhos abertos ansioso para conhecer o mundo, percebi que a minha vida nunca mais seria a mesma, que a minha vida passava naquele momento a ter outro sentid, que era responsável por uma vida, por aquela vida que gerei 9 meses e que ali estava agora cheio de cabelo (quando eu sempre achei que teria um filho careca!!).

Umas horas bastaram para esse amor desabrochar e nos tornarmos inseparáveis.
O João era um bebé maduro (praticamente de termo), muito agitado, mas um bebé feliz. 

Tudo isto para exprimir o quê?! Que durante anos me questionei se o amor que sentiria se tivesse outro filho seria igual.
Achava difícil, confesso... tinha para mim que era impossível amar outro filho como amava o João e achava mesmo que seria "menos" mãe se tivesse outro filho.
Quando engravidei do Duarte foi o cabo dos trabalhos nos primeiros tempos... pensava, pensava e repensava nesta hipótese de não conseguir dar ao bebé que aí vinha, o amor louco e desenfreado que dava ao João!

O Duarte nasceu com quase 38 semanas e com líquido nos pulmões. Entrou em hipotermia e esteve longas horas longe de mim, sempre acompanhado pelo pai.
Quando o recebi nos braços percebi que o amor era exatamente igual! Não se ama mais um filho que o outro. o Amor de Mãe é assim mesmo. Cabem no coração os filhos que Deus nos quiser dar.

Muitos me dizem que sou diferente com o Duarte, dizem que sou mais agarrada a ele do que alguma vez fui ao João!
Não discordo totalmente, apenas posso dizer que o Duarte era um bebé muito frágil, muito mais "bebé" e também chegou numa fase diferente da minha vida. Uma fase mais madura, mais consciente.
Com o João sentia uma necessidade urgente que crescesse, com o Duarte queria (e quero!) que o tempo parasse para aproveitar cada segundo dele.

Hoje sou muito mais completa.

Não tenho intenção de ter mais filhos biológicos, mas se porventura isso acontecer (e quem sabe vir a tão desejada Maria!) ou quem sabe, adoptar um filho do coração, sei que posso ficar serena...O amor pelos filhos não se divide, multiplica-se.

Um beijo
M.


Post adaptado de "Amor de Mãe" publicado aqui no blogue em Junho de 2014


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