Os pais estão em crise?

Tenho um problema de gestão de emoções com mães e pais (especialmente, mães) prepotentes e que acham que os filhos são imaculados, que os filhos nunca fazem nada e que os outros é que os influenciam negativamente.
Os nossos filhos são um reflexo (bom ou mau) do que lhes transmitimos ao longo da vida, dos nosso exemplos, dos valores que praticamos, das nossas ideias e convicções, mas também são seres autónomos, pensantes, indíviduos a construir a sua personalidade, a firmar as suas posições, a ganhar o seu espaço no mundo (louco) em que vivemos.
Mães e pais perfeitos, não existem. 
Existem pais e mães que dão o melhor de si, que fazem o melhor que conseguem (ou acham que fazem), que aprendem a ser pais com a experiência, com os erros, com a frustração, com as quedas, com as alegrias...
Pais que sabem que não há dois filhos iguais, que educar é uma das maiores provações da nossa na vida e que ter filhos não é só apregoar que lhes damos valores, educação e conceitos de boca; é dar  bases sólidas para que tenhamos futuros adultos independentes e conscientes que os pais andam lado a lado e de mão dada com eles, mas que se caírem, tem que se levantar sozinhos, limpar as feridas, gerir frustrações e seguir em frente.
Fico sem palavras (coisa rara!) quando me deparo com mães e pais que se atropelam na defesa incondicional dos filhos, que não dão o benefício da dúvida, que não ouvem o outro lado, que não percebem que isso só dá às crianças a prepotência de ter as “costas quentes” e a noção, totalmente deturpada, que a mãe ou o pai (ou ambos!) estão lá sempre para pôr em causa por eles.
- “O meu filho nunca faria uma coisa destas”... ou " conheço bem o meu filho e não fez isso..."
Dizer isto é tão perigoso...tão perigoso.
Os nossos filhos são crianças. Nós também já fomos, lembram-se? 
As crianças são diferentes em ambiente social e diferentes em casa. Os miúdos testam limites. Tentam a sorte. Testam autonomia. Vibram com ela.
Não sou uma mãe negligente. Não sou uma mãe pouco atenta. Não sou, de todo, uma mãe controladora. Dou liberdade e exijo responsabilidade. Tal como os meus pais fizeram comigo (e até ver não correu mal!).
Eu sou da geração "rasca". Daquela que se viu "à rasca" para se firmar, para se afirmar!
Os meus filhos vivem noutra geração. Bem diferente da minha. Muito mais aberta, muito mais permissiva, muito mais disponível e acessível e também, muito mais perigosa (o progresso e os dois lados da moeda!).
Queira Deus (e a educação que lhes incuto em casa) que os meus filhos sejam homens com respeito pelo outro, que saibam tratar uma senhora com educação e cuidado, que se dêem ao respeito e sejam respeitados no limite da sua liberdade sem que para isso precisem de se esconder ou apoiar na saia e na asa da Mãe e do pai.

Queremos futuros adultos firmes, bem formados, autónomos e indepentes e não miúdos mimados, insolentes e meninos da mamã. 
Pronto. Já disse.

Um beijo
Rita Mexia





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