Um lugar chamado Amor...


Este texto, hoje, é para todas as pessoas que aqui chegam directamente, sem passar pela via das redes sociais!
Para aqueles que cá vêm ver se escrevi, se tenho novidades, se estou bem!
Sabem que mais? Vocês são os melhores “seguidores” porque o fazem sem o estímulo de uma fotografia que aparece no feed de notícias e que cria a vontade em clicar para ler. Vocês vêm por livre vontade. Vêm pelo próprio pé, vêm à procura de me ler e isso é tão bom de sentir.
As “estatísticas” (a que ligo pouco) são, no entanto, um bom barómetro.
 Sem saber quem são todos, sei que há quem cá venha espreitar todos os dias.

Hoje, este texto é para vocês (privilégios de quem me quer bem), escrito há muito tempo, escrito com o coração na ponta dos dedos, escrito com emoção.
 Uma história criada na minha cabeça e no meu coração e que um dia, quem sabe, será capítulo de um livro... 

Um lugar chamado Amor 
"Todos os dias à hora certa ela ía ao mesmo café. Todos a conheciam por lá.
Sempre bem vestida, bem maquilhada, perfumada e uma simpatia que transmitia a simplicidade, a graciosidade e a leveza do seu corpo.
40 anos. Elegante. Sorriso rasgado. Contagiante. Uma mulher bonita.
Um dia, ele entrou pela porta e os olhos cruzaram-se. 
Ela gelou.
Ficaram lado a lado. Ficaram ambos sem chão. 
Ele tremeu.
Nesse dia, o pensamento não se desviou um do outro. 
Uma química avassaladora tomou-os de assalto e naquele dia frio de Fevereiro ela sentiu-se viva novamente, e ele sentiu que a vida lhe estava a dar um sinal.
Passaram meses em que ela continuou a entrar pela porta do café à hora certa e ele passou a ir à mesma hora certa só para a ver entrar, sorridente.
Ela: Teresa.
Ele: Miguel.
A Teresa; tomava café em chávena fria, tinha um perfume doce e suave, tão doce como o olhar que o penetrava cada vez que o encontrava.
Casada. 3 filhos. Advogada.
O Miguel; rapaz simples e despretensioso. Bonito e sorriso firme.
Solteiro, 35 anos, um casamento em promessa, uma chama apagada.
Passaram meses 
até que um dia ganharam a coragem que há muito desejavam ter.
Um dia - sem palavras - encontraram-se e tudo ficou para depois do abraço, depois do beijo, do toque, da pele, do sorriso genuíno, do olhar doce. 
O olhar não precisava de palavras. Apenas precisava de se sentir. Precisava de se encontrar. 
O tempo passou... tudo se acomodou. O tempo voou.
Anos mais tarde, um dia sem razão, afastaram-se. 
E a vida que tinham e que era o mundo paralelo e o refúgio deles, tornou-se pequena. Tornou-se Insuportável. Sufocante.
 A vida de ambos - quase - perdeu o sentido. A vida, naqueles intermináveis meses de solidão e afastamento, parecia ser feita de dias que nunca mais acabavam.
Lágrimas secas de uma dor que lhes rasgava o peito, que os apertava com força, que os ia destruindo por dentro enquanto a aparência nunca transparecia a tristeza que tinham dentro de si.
O afastamento ditou silêncios, ditou palavras que ganharam “sentido” e outras palavras que proferiram sem pensar e que magoaram a alma.
Pareceu ser tudo isto e, na verdade, foi. Porque a vida deles nunca mais foi a mesma desde aquele dia, em que se cruzaram no café, por acaso. Num acaso feliz, que mudou as suas vidas. 
Feliz, porque os mudou.  Feliz porque tudo mudou, para sempre."

Um beijo no coração,
Rita 




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